20 de ago. de 2015

Betelgeuse: A estrela que explodirá e ficará tão brilhante no céu quanto a lua cheia

Foto por: ESO/L.


Betelgeuse é 890 vezes maior que o nosso sol e os cientistas têm certeza: cedo ou tarde, ela explodirá em uma magnífica supernova


Localizada no ombro direito do “caçador” Órion, da constelação de Órion, uma das mais famosas constelações do nosso céu noturno, a estrela Betelgeuse já tem seu tempo contado. Ainda que com nossa tecnologia avançada não tenhamos muitas informações sobre essa gigante vermelha, os astrônomos já confirmaram a sua “morte”. E ela não terá uma morte serena, isso ocorrerá por meio de um evento que a ciência considera um dos mais extremos da natureza, a chamada supernova.

Betelgeuse é uma supergigante vermelha, uma estrela que começou a vida já muito maior, mais massiva e muito mais luminosa do que o Sol. Enquanto o Sol está apenas se aproximando da meia idade em 4,5 bilhões de anos, Betelgeuse está próxima de morrer com uma idade inferior a 10 milhões de anos. E quando ela finalmente entregar o espírito, ela vai fazê-lo com um enorme estrondo. Um grande “big bang” em sua supernova.

Quando isso acontecer seu tamanho e brilho podem se tornar iguais ao da lua cheia, e ela será facilmente visível até durante o dia por alguns meses ou anos. Depois disso, desaparecerá por completo. Mas ainda não se tem muito a certeza de quando isso irá acontecer.

As estimativas variam de cem mil até um milhão de anos, sendo que a primeira opção é a mais provável. Ainda sabemos pouco sobre Betelgeuse, até mesmo a distância da estrela continua sendo alvo de debates. Acredita-se que ela está a 650 anos-luz da Terra. Isso é longe o bastante para garantir que, quando vier a supernova, não correremos nenhum tipo de risco.

Para ter uma previsão, os astrônomos dependem da análise de uma série de fatores como distância, massa, idade, luminosidade, entre outros.

Se Betelgeuse estivesse no centro de nosso sistema solar, a Terra e todos os planetas rochosos seriam engolidos, e seu diâmetro se estenderia até as proximidades de Júpiter. 

No estágio atual, a gigante provavelmente já exauriu todo o hidrogênio de seu núcleo, principal combustível que acaba transformado em hélio. Agora, o hélio está sendo convertido em carbono, processo que libera uma imensa quantidade de energia e provoca grande perda de massa.

Daqui a provavelmente cem mil anos, quando o hélio se esgotar, elementos cada vez mais pesados serão fundidos em um espaço de tempo cada vez mais curto. A morte chega junto com a fusão do silício em ferro, que rouba a energia que a estrela precisa para se sustentar.

O núcleo entra em colapso, esquenta e explode em uma magnífica supernova dando um fim a Betelgeuse. A bolha de partículas do Sol que protege todo o sistema solar, chamada de heliosfera, deve nos proteger do impacto, nos deixando seguros. De hoje até lá, inclusive, a Via Láctea provavelmente terá sido palco de umas mil supernovas - a média galáctica é de mais ou menos uma explosão por século, e a última foi observada pelo astrônomo Johannes Kepler em 1604.

Então da próxima vez que você olhar para o céu e encontrar Órion ou as Três Marias, preste bastante atenção na estrela vermelha brilhando um pouco acima delas. Imagine que, talvez, daqui a cem mil anos, aquele pequeno pontinho vermelho visto por você, estará do tamanho da lua cheia. Um tanto interessante, não é mesmo?

Veja uma simulação do evento visto da Terra:








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