Foto por: ESO/L. |
Betelgeuse
é 890 vezes maior que o nosso sol e os cientistas têm certeza: cedo ou tarde,
ela explodirá em uma magnífica supernova
Localizada
no ombro direito do “caçador” Órion, da constelação de Órion, uma das
mais famosas constelações do nosso céu noturno, a estrela Betelgeuse já tem seu
tempo contado. Ainda que com nossa tecnologia avançada não tenhamos muitas
informações sobre essa gigante vermelha, os astrônomos já confirmaram a sua
“morte”. E ela não terá uma morte serena, isso ocorrerá por meio de um evento
que a ciência considera um dos mais extremos da natureza, a chamada supernova.
Betelgeuse
é uma supergigante vermelha, uma estrela que começou a vida já muito maior,
mais massiva e muito mais luminosa do que o Sol. Enquanto o Sol está apenas se
aproximando da meia idade em 4,5 bilhões de anos, Betelgeuse está próxima de
morrer com uma idade inferior a 10 milhões de anos. E quando ela finalmente entregar
o espírito, ela vai fazê-lo com um enorme estrondo. Um grande “big bang” em sua supernova.
Quando
isso acontecer seu tamanho e brilho podem se tornar iguais ao da lua cheia, e
ela será facilmente visível até durante o dia por alguns meses ou anos. Depois
disso, desaparecerá por completo. Mas ainda não se tem muito a certeza de
quando isso irá acontecer.
As
estimativas variam de cem mil até um milhão de anos, sendo que a primeira opção
é a mais provável. Ainda sabemos pouco sobre Betelgeuse, até mesmo a distância
da estrela continua sendo alvo de debates. Acredita-se que ela está a 650
anos-luz da Terra. Isso é longe o bastante para garantir que, quando vier a
supernova, não correremos nenhum tipo de risco.
Para
ter uma previsão, os astrônomos dependem da análise de uma série de fatores
como distância, massa, idade, luminosidade, entre outros.
Se
Betelgeuse estivesse no centro de nosso sistema solar, a Terra e todos os
planetas rochosos seriam engolidos, e seu diâmetro se estenderia até as
proximidades de Júpiter.
No
estágio atual, a gigante provavelmente já exauriu todo o hidrogênio de seu
núcleo, principal combustível que acaba transformado em hélio. Agora, o hélio
está sendo convertido em carbono, processo que libera uma imensa quantidade de
energia e provoca grande perda de massa.
Daqui
a provavelmente cem mil anos, quando o hélio se esgotar, elementos cada vez mais
pesados serão fundidos em um espaço de tempo cada vez mais curto. A morte chega
junto com a fusão do silício em ferro, que rouba a energia que a estrela
precisa para se sustentar.
O núcleo
entra em colapso, esquenta e explode em uma magnífica supernova dando um fim a
Betelgeuse. A
bolha de partículas do Sol que protege todo o sistema solar, chamada de
heliosfera, deve nos proteger do impacto, nos deixando seguros. De hoje até lá,
inclusive, a Via Láctea provavelmente terá sido palco de umas mil supernovas -
a média galáctica é de mais ou menos uma explosão por século, e a última foi
observada pelo astrônomo Johannes Kepler em 1604.
Então
da próxima vez que você olhar para o céu e encontrar Órion ou as Três Marias, preste bastante atenção na estrela vermelha brilhando um pouco acima delas.
Imagine que, talvez, daqui a cem mil anos, aquele pequeno pontinho vermelho visto
por você, estará do tamanho da lua cheia. Um tanto interessante, não é
mesmo?
Veja
uma simulação do evento visto da Terra:
Fontes: Slate Magazine, Revista Galileu.
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