Recentemente discutimos essa questão no Grupo de Estudos do Astronomia do Vale do Aço. Hoje o portal UOL Ciência publicou essa matéria super legal e muito esclarecedora, e corremos para compartilhá-la aqui com vocês.
O texto é da Tatiana Pronin, do UOL em São Paulo.
Diego Paredes/Parque Nacional Galápagos/EFE |
No passado geológico, nosso planeta era muito quente. Pesquisas indicam que ele se originou há cerca de 4,6 bilhões de anos, após uma grande explosão. Com o passar do tempo, houve um resfriamento lento e gradual, mas o interior da Terra, rico em ferro e níquel, ainda guarda bastante calor.
"A radioatividade, ou seja, a emissão espontânea de partículas radioativas pela desintegração de isótopos que existem em minerais e rochas do interior da Terra, também explica o calor no interior do planeta", afirma Alexandre Uhlein, professor e pesquisador do departamento de geologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Quanto mais profunda a camada, mais quente fica o interior da Terra, o que constitui um gradiente geotérmico. "Nas primeiras centenas de quilômetros, a temperatura aumenta cerca de 30 ou 40 graus centígrados. Porém, a partir de uma certa profundidade, essa variação muda, com grande redução nessa taxa de profundidade, pois entra em ação o fator pressão", continua o professor e pesquisador Norberto Sgarbi, também do departamento de geologia da UFMG.
Até 6.000 graus
Os especialistas estimam que o núcleo da Terra tenha 5.000 graus centígrados, ou seja, é muito quente. Mas, em uma pesquisa recente, publicada na revista Science, pesquisadores do Laboratório Europeu de Radiação Síncroton (ESRF, na sigla em inglês) defenderam que a estimativa mais precisa é de 6.000 graus.
A verdade é que nenhuma sonda até hoje conseguiu alcançar o núcleo do planeta, que fica a milhares de quilômetros do solo. O que a equipe do ESRF fez foi utilizar um feixe de raios-X para analisar uma amostra. De qualquer forma, ainda são necessárias confirmações até que o novo valor - 1.000 graus superior ao atual - seja utilizado como referência.
Resfriamento
Existe risco de que o interior da Terra resfrie com o passar do tempo? "Não existe risco, mas certeza desse resfriamento", responde Sgarbi. Como as rochas que cobrem o interior não são boas condutoras de calor, no entanto, isso só deve ocorrer de forma gradual, dentro de bilhões de anos.
Quando o resfriamento total ocorrer, o provável é que o campo magnético que protege a Terra diminua muito ou se encerre, e a radiação solar acabe com a nossa atmosfera, ou torne muito difícil viver nela. Portanto é bom que o processo seja bem lento, mesmo.
Veja, a seguir, as camadas que compõem o interior da Terra:
Crosta - a camada mais externa é subdividida em continental e oceânica. A primeira é rica em silício e alumínio. As rochas principais são o granito e também há potássio, urânio e tório. As espessuras são de 25 a 70 km. Já a crosta oceânica é rica em sílica e magnésio. Suas rochas principais são os basaltos, e as espessuras são de 7 a 10 km.
Manto - é a camada mais espessa, com 2.885 km. Os principais minerais são a olivina magnesiana e os piroxênios, além de granadas e espinélio.
Núcleo - é subdividido em externo e interno. O externo é uma camada líquida, constituída por metais fundidos como ferro e níquel. Já o interno é formado por ligas metálicas sólidas, também de ferro e níquel. Juntas, as camadas alcançam a espessura de 1.271 km.
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Publicado originalmente em: UOL Ciência, 23/06/2015
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