Com uma pesquisa rápida no google, é possível encontrar as principais
características de inúmeros corpos celestes já identificados. De planetas a galáxias os atributos
que normalmente ganham destaque são idade, massa, dimensão… Mas para a Via
Láctea é um pouco diferente. O peso da nossa galáxia era muito
contestado e só havia sido calculado dentro de um fator de
quatro – ou seja, o seu peso máximo estimado é de quatro vezes o seu
peso mínimo estimado, com grande incerteza.
Observando o efeito que um objeto tem sobre outros ao seu redor,
conseguimos calcular sua massa. Para as estrelas e planetas, usamos
a Lei da Gravitação Universal de Newton:
"Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de
gravidade."
Já para a Via Láctea o cálculo para mensurar a massa não é assim tão
simples. A nossa galáxia contém cerca de 100 bilhões de estrelas que
formam um disco, com diâmetro entre 100 mil e 200 mil anos-luz.
Felizmente, cientistas da Universidade de Columbia conseguiram estimar a
massa da nossa galáxia. Uma técnica publicada no The Astrophysical
Journal revelou como descobrir a massa da nossa galáxia num passado
distante.
Eles usaram o conceito gravitacional
que quanto maior a massa de um objeto, maior é a sua força gravitacional. Um
exemplo claro é o sistema Terra e Lua. A massa do nosso planeta é cerca de
81 vezes maior que a massa da Lua, por isso a Terra aprisionou o corpo celeste
em sua órbita. De forma análoga, a Via Láctea interfere nas órbitas dos
satélites e estrelas que estão fora do seu disco.
Essas estrelas são originadas da dissolução de aglomerados globulares, nascido quando o universo ainda estava em sua infância. Elas podem determinar não só o peso da Via Láctea, mas também a localização do Sol no seu interior. Ao longo de bilhões de anos essas estrelas desintegram-se lentamente e deixam um rastro para trás.
Hemisfério Norte observado pelo Sloan Digital Sky Survey. É possível observar os filamentos de alguns aglomerados globulares:
Com dados da Sloan Digital Sky Survey (pesquisa
resultada de 10 anos de avaliação do céu no Hemisfério Norte, que apresenta os
mais detalhados mapas tridimensionais do Universo), a equipe examinou um rastro
deixado pelo aglomerado Palomar 5. Os cientistas da universidade de
Columbia criaram milhões de modelos para representar a interação desse rastro
com a Via Láctea. Com base nos dados, a equipe observou que somente dentro de
um certo tamanho e peso a Via Láctea poderia produzir o rastro do Palomar
5. Modelos menores ou maiores produziram padrões diferentes.
O estudo mostrou que a massa da nossa galáxia é equivalente a 210
bilhões de vezes a massa do Sol, com incerteza de apenas 20 por cento.
No futuro, os pesquisadores pretendem usar mais estruturas como o fluxo
do Palomar 5 para ganhar uma precisão ainda maior e criar um
modelo mais realista da Via Láctea. Estudos como esse são fundamentais para
descobrirmos sobre a formação e composição da nossa galáxia.
---
Fonte: IFLScience, NASA, SoFisica, Zenite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário