No final do mês de maio,
a NASA divulgou a descoberta da galáxia WISE
J224607.57-052635.0. Seu nome já é uma menção ao telescópio espacial WISE
usado para encontrá-la.
Concepção da galáxia WISE J224607.57-052635.0, a mais luminosa encontrada no Universo. |
A remota galáxia é até agora a mais luminosa já descoberta, com
brilho equivalente a 300.000.000 vezes a luz do Sol. A galáxia é menor do que a Via Láctea, mas
põe para fora 10 mil vezes mais energia. Ela pertence a uma nova classe de objetos recentemente
descobertos pelo WISE: galáxias infravermelhas extremamente luminosas ou ELIRGs,
formado por 209 galáxias muito brilhantes.
Cientistas acreditam que exista um buraco negro supermassivo no
centro da galáxia empanturrando-se de gás e poeira. O provável buraco negro
armazenaria essa matéria em discos que ao atingirem altíssimas temperaturas liberam
a energia com ultravioletas e raios-X. A luz é
bloqueada por “casulos” de poeira e à medida que essa poeira se aquece, a galáxia
irradia luz infravermelha.
Mais de 99
por cento da luz que escapa dessa galáxia é infravermelha, dificultando sua
visualização por um telescópio óptico. Astrônomos vêem a galáxia como ela era a
12,5 bilhões de anos, já que a luz demorou todo esse tempo para chegar até aqui.
É comum imensos buracos
negros no centro das galáxias, mas cientistas não imaginavam encontrar um assim
tão longe. Um novo estudo aponta
três razões que explicam por que os buracos negros nos ELIRGs devem ser tão maciços.
A primeira delas é que os buracos negros podem ter nascido maiores do
que imaginávamos.
As outras duas hipóteses giram em torno da quebra do limite de Eddington, que explica o alcance máximo de
objetos para um buraco negro.
Quebrando esse limite, o buraco negro pode aumentar de tamanho a uma
velocidade muito alta. Para o estudo, o buraco negro no centro das galáxias
ELIRGs quebraria esse limite repetidamente até atingir seu tamanho.
Outra maneira para explicar um buraco negro tão grande, seria o consumo
mais rápido do que pensou ser possível de
objetos a sua volta. Isso aconteceria se o
buraco negro não girasse tão rápido.
Mais pesquisas são necessárias para resolver este enigma dessas galáxias
deslumbrantemente luminosas.
O JPL(Jet Propulsion Laboratory) administra e
opera o WISE. O telescópio espacial foi colocado em modo de
hibernação em 2011, depois de examinar o céu inteiro duas vezes,
completando seu principal objetivo. Em setembro de 2013, WISE foi reativado, rebatizado
Neowise e atribuído a uma nova missão para ajudar os esforços da NASA para
identificar potencialmente perigosos objetos próximos da Terra.
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