30 de mai. de 2015

Os planetas do Sistema Solar - Planetas Anões


Na Grécia antiga, a palavra planeta era usada para representar pontos de luz que passavam entre as estrelas. Nessa ideia, até a nossa lua e o Sol foram considerados planetas que orbitavam a Terra. Com inúmeros avanços tecnológicos, a concepção mudou, e o significado do termo planeta também.  

Ceres foi descoberto no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter em 1801, e originalmente foi considerado planeta. Pouco tempo depois, vários outros corpos celestes semelhantes a Ceres foram descobertos na mesma região. Nasceu então uma nova categoria para classificar essas descobertas: asteroides. 

Desde a sua descoberta em 1930, Plutão casou polêmica. Muito menor que Mercúrio e várias outras luas do Sistema Solar, além de não encaixar nos grupos dos planetas terrestres ou  gasosos ou ainda os gigantes de gelo. Mas o astro manteve seu posto de planeta por muito tempo. 

Com o descobrimento de milhares de corpos gelados no Cinturão de Kuiper, foi proposta a alteração na classificação de Plutão. Em 2005, astrônomos anunciaram a descoberta de Eris, localizado no Cinturão de Kuiper, o astro é maior que Plutão e foi considerado o décimo planeta do Sistema Solar. Seria então mais útil pensar em Plutão como um KBO (Objetos do Cinturão de Kuiper, em inglês) do que como planeta.  

Em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) definiu a classificação de planeta e criou uma nova categoria: Planetas anões. Veja na tabela abaixo a diferença de planeta e planeta anão segundo a IAU: 

Diferença de planeta e planeta anão segundo a União Astronômica Internacional.


Dos 5 planetas anões considerados atualmente, o único que não faz parte do grupo plutóides (objetos além da órbita de Netuno), é Ceres. Haumea, Makemake e Eris estão localizados no cinturão de Kuiper. O grupo de planetas anões pode aumentar e muito ainda, acredita-se que existam centenas de corpos celestes com essas característica no Sistema Solar. 

E ai, vamos conferir algumas características dos planetas anões do nosso Sistema Solar? 


Plutão 

Seu nome equivale ao deus romano dos mortos (Hades na mitologia grega). Com cerca de dois terços do diâmetro da nossa lua e massa correspondente a um sexto da massa do satélite, Plutão entrou nessa categoria em 2007. O planeta anão possui 5 satélites: Nix, Hydra, Charon, Kerberus e Styx. Charon  é a maior das luas, com metade do tamanho de Plutão. 

A sonda New Horizons lançada pela NASA em 2006, será a primeira a visitar Plutão, com chegada prevista para julho deste ano. A sonda deve coletar dados sobre a geologia e estabelecer uma topografia precisa do planeta anão e seus satélites.  

Uma viagem de Plutão em torno do Sol demora 247,7 anos. 

Assim como o planeta anão Eris, a atmosfera de Plutão é tênue, se expande quando o planeta se aproxima do Sol e entra em colapso ao se afastar. 

Planeta anão Plutão.


Ceres 

Com diâmetro de cerca de 950 quilômetros, Ceres é o corpo mais maciço que se encontra no cinturão de asteroides, com aproximadamente um terço da massa total dessa região. Considerado por mais de 150 anos como asteroide, Ceres se mostrou como um planeta embrionário com estrutura e composição muito diferentes das dos asteroides comuns. 

Um dia em Ceres dura 9 horas terrestres e sua translação dura 4,6 anos. 

Há indícios de água abaixo da superfície do planeta anão, parece até associativo ao nome Ceres, que na mitologia romana é a deusa da colheita. 

Imagem do planeta anão Ceres.


Haumea 

Com um formato inconfundível, o planeta anão Haumea é um dos objetos do Sistema Solar com rotação mais rápida, durante 4 horas o planeta anão completa uma volta em torno do seu eixo. Já sua translação demora 285 anos. Seu tamanho é equivalente a Plutão.  

Haumea possui dois satélites naturais: Hiʻiaka e Namaka. Seu nome vem da deusa havaiana do nascimento e da fertilidade. 

Imagem de Haumea e seus satélites naturais Hiʻiaka e Namaka.

Makemake 

Descoberto em 2005. Makemake carrega sinais de nitrogênio e metano em sua superfície. O planeta anão recebeu o nome da deusa da fertilidade, criadora da humanidade na mitologia Rapanui (nativos da ilha de Páscoa). O planeta demora 310 anos para dar a volta ao Sol. 

Imagem do planeta anão Makemake.


Eris 

O nome talvez seja apropriado, já que Eris é a deusa grega da discórdia e luta. Foi com sua descoberta em 2005, pela mesma equipe que encontrou Makaemakeque, que a discussão sobre a classificação dos planetas ganhou força. Descoberto . 557 anos terrestres é o tempo que Eris demora para completar uma volta em torno do Sol. 

Imagem planeta anão Eris.

Com este post encerramos a série sobre os planetas do Sistema Solar aqui no blog. 😃

Deixe seu comentário com dúvidas e sugestões para os próximos posts.

Até a próxima.

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25 de mai. de 2015

Domingo Astronômico

Ontem foi dia de Domingo Astronômico - Especial Meio Ambiente. E foi especial mesmo! 

O Domingo Astronômico já acontece há vários anos, mas foi a primeira vez que tivemos apoio externo. Fomos convidados a participar do Plano Integrado de Educação Ambiental de Timóteo e, junto com a Prefeitura Municipal, a Fundação Aperam Acesita, o Instituto Estadual de Florestas (IEF)/Parque Estadual do Rio Doce (PERD), Polícia Militar de Minas Gerais, Copasa, CEMIG e o CEFET-MG, contribuímos para a programação especial do Dia do Meio Ambiente. 

Nossa proposta foi bastante singular: queríamos mostrar à população como Astronomia e meio ambiente têm tudo a ver e dar a nossa contribuição para o aumento da consciência ambiental na região. Para isso, contamos com a coordenação do professor Weber Feu, responsável pelo Astronomia no Vale do Aço, e a colaboração de quatro participantes do Projeto para falar para os visitantes. Foram cinco palestras sobre temas diversos apresentadas. Um recorde de quantidade de informação em um único Domingo Astronômico.

Também batemos recorde de público. Foi o maior da história do Domingo Astronômico! E o campinho ficou repleto de gente de todas as idades, vindas de diversas cidades da região. Nem temos palavras pra dizer como ficamos satisfeitos!

Para atender todo esse público, precisamos bater também o recorde de quantidade de gente trabalhando. Era tanto monitor vestindo uniforme do Astronomia do Vale do Aço que o campo ficou até mais bonito. A turma, que trabalha voluntariamente no projeto, merece um aplauso todo especial pela dedicação e disponibilidade. 

Também batemos recorde de venda de lanchinhos. Os alunos do CEFET-MG que montaram suas barraquinhas para encher de sabor a noite dos visitantes do Domingo Astronômico esvaziaram os tabuleiros. A gente imagina que estejam agora um pouquinho mais perto da festa de formatura! hehe

Tudo isso pra compartilhar com vocês um pouco da nossa alegria de ver um trabalho que é feito com tanto carinho crescendo, atraindo novas pessoas, e proporcionando sempre o novo olhar para o céu, de que frequentemente falamos.

Dia 28 de julho tem  mais Domingo Astronômico. Esperamos por vocês lá no "nosso" campinho. 

Enquanto isso, fiquem com nosso MUITO OBRIGADO! E um pouquinho do clima do nosso último Domingo Astronômico...




















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Todas as fotos, exceto foto da Lua: Warley S. - Colaborador do Astronomia no Vale do Aço
Foto Lua: Prof. Mirela, do CEFET-MG

20 de mai. de 2015

Estrela anã poluída poderia ser a chave da origem da água na Terra

     Crédito da foto: Vista do artista de uma posição de uma estrela anã branca. ESA / Hubble, CC BY.

Os astrônomos descobriram uma estrela anã branca com uma atmosfera poluída que pode dar uma “luz” sobre de onde a água da Terra vem e quanta água existe fora do nosso próprio sistema solar.

Uma questão importante em ciência planetária é se a água na Terra já estava presente no material primordial que formou o nosso planeta ou se foi plantada aqui por colisões com organismos como asteroides, cometas e protoplanetas.


Oxigênio na atmosfera

Nova pesquisa feita por uma equipe de astrônomos britânicos e alemães sugere que a entrega de água por colisão pode ser comum em outros sistemas estelares fora do nosso sistema solar. Eles chegaram a essa conclusão através da medição da composição química da atmosfera de uma estrela anã branca, apelidada SDSS J1242.

As anãs brancas são essencialmente cadáveres de ex-estrelas. A maioria dos sóis de baixo ou médio porte vão se tornar anãs brancas no final de sua vida útil. A forte gravidade de superfície dentro dessas estrelas faz com que elementos mais pesados, como carbono e oxigênio, ao afundar-se a seus centros, deixem atmosferas simples de hidrogênio e hélio.

A atmosfera da SDSS J1242 é dominada por hélio, mas os pesquisadores também descobriram grandes quantidades de oxigênio e hidrogênio, juntamente com formadores de rocha, elementos como magnésio, silício e ferro.

                                                                                                               Crédito da foto: ESA

Principais candidatos

Os cometas são conhecidos por conter água e, por algum tempo, pareciam ser os candidatos mais promissores para a transferência de água para a Terra. No entanto, um corpo crescente de medições tem sugerido que a água encontrada em cometas é de uma espécie diferente da encontrada na Terra. Isto é porque a água dos cometas contém mais deutério - um isótopo pesado do hidrogênio - que a água na Terra.



                                    Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Possui o tipo errado de água. Crédito: ESA


A detentora do recorde até então era a água encontrada no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, medida pela sonda Rosetta, em 2014, que tem um nível de deutério 3,4 vezes maior que a da água na Terra. Os pesquisadores, portanto, agora depositam suas esperanças em asteroides. Enquanto eles hoje são objetos secos, áridos, possuem uma química semelhante a da terra e podem ter contido muito mais água quando o sistema solar se formou.

A descoberta de água doada pelo asteroide anã branca SDSS J1242 apareceu para acrescentar peso à hipótese. Mas, como os autores deste estudo enfatizam, se a quantidade de carbono no J1242 acaba por ser o mesmo que o do nosso sol, todo o oxigênio detectado poderia ter sido entregue na forma de dióxido de carbono em vez de água. Enquanto os autores argumentam que isso é improvável, observações de maior qualidade em comprimentos de onda ópticos e ultravioletas poderiam fornecer uma resposta definitiva.

Observações futuras de outros sistemas planetários e estudo mais detalhado das anãs brancas poluídas serão importantes para estabelecer o papel dos asteroides como uma fonte de água e talvez a vida, na Terra e em outros mundos.


Fonte: IFL Science


19 de mai. de 2015

Os planetas do Sistema Solar - Netuno

Um mundo escuro e frio, Netuno é o último dos planetas do Sistema Solar a partir do Sol e o menor dos gigantes de gás. Mais distante do Sol do que a Terra 30 vezes, completou em 2011 a primeira volta completa em torno do astro depois da sua descoberta.

Assim como Urano, a cor azul de Netuno é resultado de metano na atmosfera.

Depois da descoberta do planeta Urano em 1781, sua órbita virou objeto de estudo de alguns astrônomos. Mas a posição do planeta nunca era a esperada, ele sempre estava um pouco atrasado ou adiantado em sua órbita. A partir de então, astrônomos começaram a procurar por um corpo celeste além dos conhecidos na época que pudesse interferir em sua órbita. Em 1846, o astrônomo francês Le Verrier, anunciou a descoberta de um planeta, que posteriormente ficou conhecido como Netuno.

Na mitologia romana, Netuno é o deus dos mares, identificado com o grego Poseidon.

Assim como Urano, somente uma nave sobrevoou Netuno: Voyager 2 em 1989.

Estrutura

Netuno é o menor dos gigantes de gás, mas ainda é quase 4 vezes maior que a Terra. Com estrutura semelhante a Urano, Netuno tem a camada externa formada por hidrogênio, hélio e metano. Logo abaixo, há uma profunda camada de água e gelo que envolve o núcleo rochoso que talvez também seja composto por gelo.

Órbita

Como conseqüência da distância até o Sol, Netuno é o planeta que mais demora a completar a translação, são 165 anos terrestres, quase o dobro do tempo de Urano. Já a rotação dura apenas 16 horas terrestre.

A trajetória de Netuno em torno do Sol é menos elíptica do que qualquer outro planeta, com exceção de Vênus. Não há grande diferença entre a menor distância ao Sol (periélio) e a maior (afélio).

Atmosfera

Os ventos no planeta podem superar as violentas tempestades em Júpiter, chegando ser até 3 vezes mais fortes. A sonda Voyager 2 capturou imagens da Grande Mancha Escura, nome da tempestade que deve ter atingido 1.200 quilômetros por hora. Posteriormente, imagens do telescópio espacial Hubble mostraram que a mancha desapareceu ou simplesmente se dissipou na atmosfera de Netuno. Mas outros focos de tempestades foram localizados, revelando a atmosfera nada calma do planeta azul.

Grande Mancha Escura: característica da tempestade revelada 
pela sonda Voyager 2 na atmosfera de Netuno.

Assim como Júpiter e Saturno, Netuno irradia mais energia do que recebe do Sol, mais que o dobro. Acredita-se que o planeta tem uma fonte de calor interna. Mesmo emitindo mais energia do que recebe, a temperatura é próxima à de Urano, de 193 graus negativos.

Anéis e Satélites

Quando os anéis de Netuno foram detectados, em meados dos anos 1980, astrônomos acreditavam que alguns poderiam ser arcos incompletos em torno do planeta. Com os dados da sonda enviada à Netuno, a questão foi resolvida. O anel mais externo é chamado Adams e, na época da descoberta, foram identificados três arcos proeminentes conhecidos como Liberdade, Igualdade e Fraternidade (lema da Revolução Francesa). Hoje sabemos que os anéis são tênues, a densidade de matéria é maior em alguns pontos. Acredita-se que esse amontoado de matéria em determinadas regiões dos anéis possa ser devido à presença de pequenos satélites. 

Os anéis são formados em sua maioria por partículas de poeira escura que refletem pouca luz solar, possivelmente formadas por gelo de metano.

 Imagens capturadas em 2004 pelo telescópio Hubble e re-analisadas em 2013 com técnicas de processamento. 
Com o auxílio de uma máscara de ocultação do brilho de Netuno conseguimos ver os anéis.  
anel externo, Adams, mostra dois arcos à direita do planeta.

William Lassell, astrônomo amador do século XIX, foi responsável pela descoberta da lua de Netuno Triton, apenas 17 dias após o reconhecimento do planeta. Curiosamente, uma semana antes dessa novidade, Lassell pensou ter visto um anel ao redor do planeta. Que acabou por ser uma distorção causada por seu telescópio (Mal sabia ele do final da história!).

Já que o planeta homenageou um deus romano no nome, nada mais justo que suas luas fossem nomeadas com nomes de deuses menores do mar e ninfas da mitologia grega.

As luas Nereida e Triton foram descobertas sem o auxílio da sonda que sobrevoou o planetaProteus e outras cinco luas tiveram que esperar pela Voyager 2 para serem notadas, mas já era de se esperar, considerando que as 6 últimas luas estão entre os objetos mais escuros do Sistema Solar. Atualmente, conhecemos 13 satélites naturais de Netuno.

Lua de Netuno: Triton.


Fonte: Solar SystemSETI InstituteCFTCWikipedia Livro: Guia Ilustrado Zahar Astronomia (Ian Ridpath).
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