11 de mar. de 2011

O aglomerado de galáxias mais distante e evoluído

Notícia enviada por Domingos Sávio de Lima Soares, professor do departamento de Física da UFMG.

Para conferir a notícia original (escrita em português de Portugal) publicada pela European Southern Observatory, clique aqui. Obs: No português de Portugal, enxame de galáxias significa aglomerado de galáxias.
 
Para ler o comentário do prof. Domingos sobre a notícia, clique em continue lendo.



Astrônomos europeus. norte-americanos, mais um japonês e um chinês, utilizaram
telescópios em terra do ESO e espaciais para medir a distância -- na verdade,
o desvio para o vermelho -- de um aglomerado de galáxias.



A curiosidade e importância das observações é que o aglomerado possui um
desvio para o vermelho de 2,07, e a sua distância pode então ser calculada
seguindo os preceitos do Modelo Padrão do Estrondão Quente (MPEQ).



Obtém-se um resultado espantoso: o aglomerado está a uma distância
correspondente a cerca de 1/4 da idade do universo do MPEQ, sendo o
aglomerado de galáxias mais distante conhecido. Isto significa
que ele é relativamente velho, mas -- surpreendentemente -- as suas galáxias
constituintes são bastante maduras! Elas apresentam as seguintes
características de maturidade:



1- As galáxias não estão formando estrelas em taxas altas, como é
típico de aglomerados jovens. As suas estrelas são velhas, com idades em
torno de 1 bilhão de anos (para comparação, o Sol tem 4,5 bilhôes, sendo
uma estrela velha, de 2a. geração).



2- Observações da morfologia da emissão de raios X do aglomerado, realizadas
pelo observatório espacial europeu de raios X chamado XMM-Newton, mostraram
que esta é semelhante àquela encontrad em aglomerados relaxados dinamicamente.
A emissão está concentrada nas regiões centrais do aglomerado, indicando
que já houve tempo suficiente para que a gravidade do aglomerado aprisionasse
o gas. Em aglomerados jovens, o gás quente emissor de raios X apresenta-se
ditribuído não uniformemente por todo o aglomerado.



Se mais aglomerados deste tipo forem encontrados, como diz o investigador
principal deste projeto, Raphael Gobat, de Paris, "o nosso entendimento
a respeito do universo primordial necessita ser revisto".



Em bom português: o Estrondão estará em apuros.
 
 
PS: Notem que no final da mensagem do ESO, o Brasil já aparece como um dos
15 países que financiam o empreendimento. No entanto, forças retrógradas e
reacionárias do meio acadêmico nacional estão se movimentando para boicotar
o acordo e impedir que ele seja ratificado no Congresso Nacional. Fiquem
atentos ao noticiário!

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