Foto de Belo Horizonte. Fonte: www.lagoinha.org.br. |
Robison Davi S. Duarte
Aluno do CEFET-MG campus Timóteo
Não há quem não tenha percebido a diferença entre o aspecto do céu noturno urbano e aquele que se pode ver a partir de regiões afastadas, sem iluminação artificial. A maioria das pessoas que viaja para o interior reserva um tempo para observar o magnífico espetáculo que se torna o céu noturno. Mas por que se afastar da cidade grande para apreciar o céu?
Astrônomos amadores e profissionais têm enfrentado um grave problema que cada vez mais os tem levado a explorar locais remotos, bem como a utilizar instrumentos mais sofisticados, a fim de lutar contra as dificuldades causadas pelo fenômeno conhecido como poluição luminosa.
A poluição luminosa é um efeito adverso da luz excessiva ou mal direcionada. Típico de grandes cidades, esse tipo de poluição ilumina a atmosfera, reduzindo a visibilidade de astros e estrelas, o que dificulta o trabalho de astrônomos do mundo todo.
Uma maneira simples de exemplificar o efeito da poluição luminosa é basear-se no Sol. Durante o dia, não é possível observar os demais astros devido à intensidade do seu brilho. Ele emite uma luz tão forte que é capaz de ofuscar todos os outros astros. Fisicamente falando, a poluição luminosa é o mesmo efeito, porém em uma escala menor.
Embora a poluição luminosa seja pouco conhecida, ela é muito presente no nosso dia-a-dia. Interessante é que na legislação federal, ela não é considerada um tipo de poluição. Por esse motivo, os governos não fazem nenhum tipo de investimento nas possíveis políticas públicas de utilização da luz, a fim de atender aos cidadãos e amenizar esse tipo de poluição.
O céu é um patrimônio da humanidade, infelizmente contemplá-lo nos é negado por luminárias mal projetadas. Se fossem adotadas medidas em que a distribuição da luz fosse bem organizada, teríamos menos gastos e não estaríamos dificultando os estudos astronômicos, nem impedindo que todos contemplassem um céu bonito.
Grandes grupos de pesquisa e amadores declararam guerra contra a poluição luminosa, exemplo disso, é o 14º Encontro Nacional de Astronomia Amadora (ENAST) que irá debater o tema “poluição luminosa”. Entre os dias 12 e 15 de novembro, o encontro buscará, junto a órgãos públicos, iniciativas que amenizem o problema e tragam uma melhoria na vida da sociedade e também das pesquisas na área. Afinal de contas, iluminação excessiva traz prejuízos para os estudos astronômicos e para o ecossistema em geral, pois alguns processos naturais só podem acontecer durante a noite na escuridão como, por exemplo, repouso e reparação. Dessa forma, a escuridão noturna torna-se tão importante quanto a luz do dia.
A maioria dos astrônomos que luta contra esse mal não busca somente a melhoria em suas pesquisas, eles visam à defesa de um patrimônio. De fato, o crescimento das cidades deu origem a um problema. Mas, se buscarmos soluções, o céu poderá voltar a acender todas as noites, assim como o céu que fascinava Galileu e outros astrônomos.
Parabéns ao Róbson, pelo belo texto e, aos professores orientadores, por incentivá-lo e terem criado a possibilidade para sua produção. Convido ao Róbson para fazer um comentário em sala de aula sobre a sua experîencia.
ResponderExcluirAbraço fraterno a todos!
Silvânia
Muito obrigado Silvânia, convite aceito
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