28 de jan. de 2011

ASTRONOMIA NA ANTIGUIDADE

Ptolomeu
Paulo Cezar Souto Pio
(astrônomo amador) 

A astronomia nasceu e cresceu gradativamente para suprir necessidades sociais, econômicas, religiosas e culturais. Os registros astronômicos mais antigos datam de aproximadamente 3000 a.C. e se devem aos chineses, babilônios, assírios e egípcios. Naquela época, os astros eram estudados com objetivos práticos, como medir a passagem do tempo para prever a melhor época para o plantio e a colheita, ou com objetivos relacionados à astrologia, como fazer previsões do futuro já que, não tendo qualquer conhecimento das leis da natureza, acreditavam que os deuses do céu tinham o poder da colheita, da chuva e mesmo da vida.

Vários séculos antes de Cristo, os chineses sabiam a duração do ano e usavam um calendário de 365 dias. Deixaram registros de anotações precisas de cometas, meteoros e meteoritos desde 700 a.C.

Os babilônios, assírios e egípcios também sabiam a duração do ano desde épocas pré-cristãs. Em outras partes do mundo, evidências de conhecimentos astronômicos muito antigos foram deixadas na forma de monumentos, como o de Newgrange, construído em 3200 a.C. (no solstício de inverno o sol ilumina o corredor e a câmara central) e Stonehenge, na Inglaterra, que data de 3000 a 1500 a.C.


O Calendário Romano



Sobre o período anterior à fundação de Roma, em algum dos anos 700 a.C., a História da Astronomia relata fatos como a invenção e o uso de relógios solares usando a sombra de gnomos (haste fincada em pedra ou madeira), a determinação do zodíaco (com 28 constelações, no império chinês), as criações de calendários lunissolares, dos relógios de água, em forma de balde com pequeno furo, graduado internamente com as variações dos dias e das noites em cada mês do ano, mas foi após a fundação de Roma, segundo a lenda por Romulus e Remus, que a Astronomia se tornou mais atraente, com a criação do calendário romano.

Esse calendário consistia de 6 meses de 30 dias e 4 meses de 31 dias, perfazendo um total de 304 dias por ano, que começava em Março. Seguia-se Abril, Maio, Junho, Quintilis, Sextilis, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro.

Numa Pompilius, segundo rei de Roma, ainda nos anos 700 a.C, introduziu mais dois meses ao calendário: Janeiro e Fevereiro. Assim, o ano começava em Março e terminava em Fevereiro e tinha agora 355 dias.



Os pensadores da época



Por essa época, Tales de Mileto (624 a.C – 546 a.C) acreditava que a Terra era plana, Anaximandro de Mileto (c.610 a.C – c.545 a.C) achava que ela era um cilindro, Pitágoras de Samos (c. 560 a.C – c. 480 a.C) admitia a esfericidade da Terra, Anaxímenes de Mileto (c.570 a.C – c.500 a.C) achava que o Sol era um corpo plano, Hicetas de Siracusa postulou o movimento de rotação da Terra e Aristóteles de Estagira (384 a.C – 322 a.C) acreditava que a Terra era esférica. Até então eles já diferenciavam estrelas de planetas e sabiam o período de Lua Nova a Lua Nova com menos de 3 segundos de diferença do valor de hoje e a duração do ano com diferença de apenas 27 minutos!



Os astrônomos pré-cristãos



No séc. IV a.C, o grego Heráclides de Pontos (c.388 a.C – c.310 a.C) criou um modelo geoheliocêntrico para o Universo, diferente do modelo geocêntrico até então aceito, em que Mercúrio e Vênus giravam em torno do Sol e este, juntamente com a Lua e os outros planetas, girava em torno da Terra, que também girava em torno de seu eixo.

Pouco tempo depois, por volta de 290 a.C, Aristarco de Samos (c.320 a.C – c.250 a.C), formulou o modelo heliocêntrico, no qual o polonês Nicolau Copérnico se baseou 1.800 anos depois, e afirmou que o motivo pelo qual as estrelas parecem fixas é o fato de que as distâncias até elas são imensas, o que é aceito até hoje. O matemático grego Arquimedes de Siracusa (c.287 a.C – 212 a.C), no prefácio do seu livro A Ampulheta, referiu-se ao modelo heliocêntrico, o que indica a aceitação desse modelo para a época, séc. III a. C, mas convivendo com o modelo geocêntrico.

Em torno de 240 a.C, o astrônomo grego Eratóstenes de Cirena (c.276 a.C – c.196 a.C) calculou a circunferência da Terra com diferença de apenas 650 km do valor de hoje (erro menor que 2%), calculou a obliquidade da eclíptica, desenhou um mapa celeste com 675 estrelas... há cerca de 2.250 anos!

Hiparco de Niceia (190 a.C - 120 a.C), grego considerado o maior astrônomo da antiguidade, foi realmente notável para o seu tempo.

Além de pesquisar temas como a excentricidade da órbita do Sol e a precessão dos equinócios, ele calculou o raio da Lua e sua distância até a Terra utilizando-se dos eclipses, chegando a um valor bem próximo das medidas de hoje, deduziu corretamente a direção dos polos celestes, mediu o ano solar com ótima precisão, apresentando uma diferença de apenas 6 minutos do valor atual, calculou latitudes e longitudes geográficas, estabeleceu uma lista de futuros eclipses por um período de 600 anos e mediu, pela primeira vez, a paralaxe da Lua.

Para deduzir a precessão, ele comparou as posições de várias estrelas com aquelas catalogadas por Timocharis de Alexandria e Aristyllus de Alexandria 150 anos antes.

De 134 a 129 a.C, elaborou um catálogo contendo cerca de 1.080 estrelas visíveis a olho nu, classificadas pelo seu brilho por um critério que chamou de "grandeza". As estrelas mais brilhantes eram chamadas de estrelas de primeira grandeza e as menos brilhantes que pôde observar eram as estrelas de sexta grandeza. As demais estrelas eram de segunda a quinta grandeza.

Hiparco também deduziu o valor correto de 8/3 para a razão entre o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua e também que a Lua estava a 59 vezes o raio da Terra de distância; o valor correto é 60.



O Calendário Juliano



O astrônomo egípcio Sosígenes de Alexandria aceitava a hipótese de que Mercúrio girava em torno do Sol e que o ano trópico (solar) tinha 365,25 dias.

Em 46 a.C, o Imperador de Roma Júlio César (100 a.C – 44 a.C) encarregou-o de reformar o calendário romano. Sosígenes aconselhou Júlio César a fazer um calendário com 365 dias e mais 1 dia a cada 4 anos para cobrir a diferença de 0,25 de dia. Júlio César, então, mandou distribuir os dias aos meses do ano, que ficou com os 365 dias sugeridos por Sosígenes e acrescentar mais 1 dia em Fevereiro quando o ano fosse de 366 dias, já que o ano terminava nesse mês. Estava criado o Calendário Juliano.

Posteriormente, por ordem do General Marco Antônio (c.81 a.C – 30 a.C), o mês Quintilis passou a ser chamado de Julius (julho) em homenagem a Júlio César. Em outra época, por ordem do Senado romano, o mês Sextilis passou a se chamar Augustus (agosto) para homenagear César Augusto (63 a.C – 14 a.c). No entanto, para que os meses dedicados aos dois imperadores de Roma tivessem o mesmo número de dias, foi tirado 1 dia de Fevereiro e acrescido em Agosto.

O Calendário Juliano foi utilizado por mais de 1.600 anos até ser substituído pelo Calendário Gregoriano, que usamos hoje.



Cláudio Ptolomeu (85 d.C – 165 d.C)



Ptolomeu foi o último astrônomo importante da antiguidade. Ele compilou uma série de treze volumes sobre astronomia, no período de 151 a 157 (d.C), chamado de A Compilação Matemática. Por volta do séc. IX ele foi traduzido pelos árabes recebendo o nome de Al-Majist (O Grande Tratado). No ocidente ficou conhecido como Almagesto, que é uma corruptela do nome árabe.

A contribuição mais importante de Ptolomeu foi uma representação geométrica do sistema solar, geocêntrica, com círculos e epiciclos, que permitia predizer o movimento dos planetas com considerável precisão e que foi usado até o Renascimento, no século XVI.

Referências bibliográficas:

BASSALO, José Maria Filardo. Nascimentos da Física: (3500 a.C – 1900 a.D). Belém PA: Editora da Universidade Federal do Pará, 1996.

BOCZKO, Roberto. Conceitos de Astronomia. São Paulo: Editora Edgar Blücher, 1984.

OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira.Astronomia e Astrofísica. Disponível em: . Acesso em 22 ago. 2010.

Um comentário:

  1. ai tava falando q tem sobre o astronomos da antiguidade e ñ tem nd de astronomos da antiguidade

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